quarta-feira, 29 de abril de 2009

As notas mais baixas do ENEM 2009

AS 100 PIORES NOTAS DO ENEMNO ESTADO DO RJ:
CIEP BRIZOLAO 252 JOAO BAPTISTA CAFFARO TANGUA Estadual 39,54
C.E. GANDHI RIO DE JANEIRO Estadual 39,54
CIEP 333 CACILDA BECKER BELFORD ROXO Estadual 39,53
C.E. MARIETA CUNHA DA SILVA RIO DE JANEIRO Estadual 39,51
C.E. VENEZUELA RIO DE JANEIRO Estadual 39,51
C.E. DEODORO RIO DE JANEIRO Estadual 39,49
CIEP BRIZOLAO 337 BERTA LUTZ BELFORD ROXO Estadual 39,45
CIEP BRIZOLAO 346 BELARMINO ALFREDO DOS SANTOS QUEIMADOS 39,45
C.E. PROFESSOR TEOFILO MOREIRA DA COSTA RIO DE JANEIRO Estadual 39,43
ESC ANA LAURA DUQUE DE CAXIAS Particular 39,41
C.E. MONSENHOR FRANCISCO PARAIBA DO SUL Estadual 39,4
EEES DUNSHEE DE ABRANCHES RIO DE JANEIRO Estadual 39,39
C.E. DOM OTAVIANO DE ALBUQUERQUE CAMPOS DOS GOYTACAZES Estadual 39,35
CIEP BRIZOLAO 226 PORTO DA ESTRELA DUQUE DE CAXIAS Estadual 39,32
C.E. MULLULO DA VEIGA NITEROI Estadual 39,29
C.E. LUIS DE CAMOES RIO DE JANEIRO Estadual 39,28
C.E. SANDRA ROLDAN BARBOZA ITAGUAI Estadual 39,26
C.E. MINISTRO JOSE DE MOURA E SILVA SAO GONCALO Estadual 39,25
C.E. MANOEL PEREIRA GONCALVES CAMPOS DOS GOYTACAZES Estadual 39,25
C.E. JOSE EDUARDO DE MACEDO SOARES RIO DE JANEIRO Estadual 39,18
EEES RIO DE JANEIRO RIO DE JANEIRO Estadual 39,16
CIEP BRIZOLAO 031 LIRIO DO LAGUNA DUQUE DE CAXIAS Estadual 39,15
C.E. MANOEL PEREIRA GONCALVES CAMPOS DOS GOYTACAZES Estadual 39,15
C.E. CAP DE FRAGATA DIDIER B VIANNA RIO DE JANEIRO Estadual 39,14
CENTRO EDUCACIONAL MUNICIPAL PROFª MARLI CAPP CABO FRIO Municipal 39,11
C.E. SANTOS DIAS SAO GONCALO Estadual 39,11
C.E. MELCHIADES PICANCO SAO GONCALO Estadual 39,09
ESCOLA DE EDUC BASICA E PROF FUNDACAO BRADESCO RParticular 39,06
CAIC NACOES UNIDAS RIO DE JANEIRO Estadual 39,05
CIEP BRIZOLAO 387 HANS CHRISTIAN ANDERSEM NOVA IGUACU Estadual 39,04
C.E. SENADOR TEOTONIO VILELA RIO DE JANEIRO Estadual 39,04
EEES UBALDO DE OLIVEIRA RIO DE JANEIRO Estadual 39,04
C.E. DR. JOAO NERY MENDES Estadual 39,03
E.M. CAETANO DE OLIVEIRA MANGARATIBA Municipal 39,01
CIEP BRIZOLAO 412 DR ZERBINI SAO GONCALO Estadual 39,01
CIEP BRIZOLAO 252 JOAO BAPTISTA CAFFARO TANGUA Estadual 38,97
C.E. ACARI RIO DE JANEIRO Estadual 38,94
CIEP BRIZOLAO 394 CANDIDO AUGUSTO RIBEIRO NETO NOVA IGUACU 38,94
C.E. CRISTOVAO COLOMBO RIO DE JANEIRO Estadual 38,86
C.E. MARANHAO RIO DE JANEIRO Estadual 38,85
C.E. ALINA DE BRITTO RIO DE JANEIRO Estadual 38,85
CIEP BRIZOLAO 391 PROF ROBSON MENDONCA LOU MARICA Estadual 38,85
C.E. DESEMBARGADOR ALVARO FERREIRA PINTO CAMPOS Estadual 38,81
C.E. BARAO DE ITARARE RIO DE JANEIRO Estadual 38,8
CIEP BRIZOLAO 098 PROF HILDA DO CARMO SIQUEIRA CAXIAS Estadual 38,78
C.E. PAULINO BARBOSA BELFORD ROXO Estadual 38,78
C.E. VIRGILIO DE MELO FRANCO RIO DE JANEIRO Estadual 38,77
C.E. DORVAL FERREIRA DA CUNHA SAO GONCALO Estadual 38,76
CIEP BRIZOLAO 098 PROF HILDA DO CARMO SIQUEIRA CAXIAS Estadual 38,74
C.E. HERVALINA DINIZ PIRES DUQUE DE CAXIAS Estadual 38,73
C.E. ANTONIO FRANCISCO LEAL TANGUA Estadual 38,71
CIEP BRIZOLAO 098 PROF HILDA DO CARMO SIQUEIRA CAXIAS Estadual 38,7
C.E. PESTALOZZI RIO DE JANEIRO Estadual 38,69
C.E. BARAO DE TINGUA NOVA IGUACU Estadual 38,68
C.E. PARANA RIO DE JANEIRO Estadual 38,67
C.E. DR. FERREIRA DA LUZ MIRACEMA Estadual 38,66
C.E. SENADOR FRANCISCO GALLOTTI RIO DE JANEIRO Estadual 38,64
C.E. PEDRO ALEIXO RIO DE JANEIRO Estadual 38,63
CIEP BRIZOLAO 152 GARRINCHA ALEGRIA DO POVO PARACAMBI Estadual 38,59
CIEP BRIZOLAO 246-PROFª ADALGISA CABRAL DE FARIA SAO GONCALO 38,59
CIEP BRIZOLAO 372 PAULO LEMINSKY SAQUAREMA Estadual 38,54
C.E. BERTHA D ALESSANDRO NILOPOLIS Estadual 38,52
C.E. BRIGADEIRO EDUARDO GOMES RIO DE JANEIRO Estadual 38,49
C.E. ALBA CANIZARES DO NASCIMENTO RIO DE JANEIRO Estadual 38,32
C.E. SAO BERNARDO BELFORD ROXO Estadual 38,28
C.E. FIGUEIRA NOVA IGUACU Estadual 38,28
C.E. DR. JOAO NERY MENDES Estadual 38,26
C.E. PRUDENTE DE MORAES MIRACEMA Estadual 38,25
C.E. PROFª MARIA INOCENCIA FERREIRA ITABORAI Estadual 38,23
CIEP BRIZOLAO 401 LUCIMAR DE SOUZA SANTOS JAPERI Estadual 38,07
C.E. DR. TELIO BARRETO MACAE Estadual 38,05
C.E. ASTOLFO REZENDE RIO DE JANEIRO Estadual 37,96
C.E. POETA MARIO QUINTANA NILOPOLIS Estadual 37,96
C.E. JOAO CARDOSO NILOPOLIS Estadual 37,92
CIEP BRIZOLAO 021 GENERAL OSORIO NOVA IGUACU Estadual 37,91
C.E. MARECHAL ZENOBIO DA COSTA NILOPOLIS Estadual 37,89
C.E. JOSUE DE CASTRO RIO DE JANEIRO Estadual 37,89
C E ALFREDO DE PAULA FREITAS RIO DE JANEIRO Estadual 37,7
EEES NACOES UNIDAS RIO DE JANEIRO Estadual 37,64
C.E. JOSE DE ANCHIETA QUEIMADOS Estadual 37,6
C.E. PROFº DINAMERICO PEREIRA POMBO RIO DE JANEIRO Estadual 37,5
C.E. ENGENHEIRO PEDREIRA JAPERI Estadual 37,34
C.E. MEM DE SA RIO DE JANEIRO Estadual 37,3
C.E. CONDE DE NOVA FRIBURGO CANTA GALO Estadual 37,26
C.E. CHEQUER JORGE ITAPERUNA Estadual 37,16
C.E. BARAO DE ITARARE RIO DE JANEIRO Estadual 37,1
C.E. DR. FERREIRA DA LUZ MIRACEMA Estadual 36,98
CE TERESA CRISTINA RIO DE JANEIRO Estadual 36,87
C.E. CHEQUER JORGE ITAPERUNA Estadual 36,61
C.E. JULIAO NOGUEIRA CAMPOS DOS GOYTACAZES Estadual 36,54
CIEP BRIZOLAO 500 ANTONIO BOTELHO PARACAMBI Estadual 36,5
C.E. REPUBLICA ARGENTINA RIO DE JANEIRO Estadual 36,48
C E EUCLIDES FELICIANO TARDIN BOM JESUS DO ITABAPOANA Estadual 36,45
C.E. ANTONIO PINTO DE MORAES ARARUAMA Estadual 36,17
C.E. DR. ROBERTO PEREIRA DOS SANTOS RIO BONITO Estadual 35,54
CIEP 089 GRACILIANO RAMOS DUQUE DE CAXIAS Estadual 35,52
C.E. DUQUE DE CAXIAS NITEROI Estadual 35,34
C.E. ROTARY ITAPERUNA Estadual 34,6
CIEP BRIZOLAO 057 NILO PECANHA CAMPOS DOS GOYTACAZES Estadual 34,46
C.E. HERVALINA DINIZ PIRES DUQUE DE CAXIAS Estadual 34,41
C.E. ROMUALDO MONTEIRO DE BARROS ITAPERUNA Estadual 34,03

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Eu mereço??


Vento No Litoral Legião Urbana


De tarde quero descansar

Chegar até a praia e ver

Se o vento ainda está forte

E vai ser bom subir nas pedras

Sei que faço isso pra esquecer

Eu deixo a onda me acertar

E o vento vai levando

Tudo embora...

Agora está tão longe

ver a linha do horizonte me distrai

Dos nossos planos é que tenho mais saudade

Quando olhávamos juntos

Na mesma direção

Aonde está você agora

Além de aqui dentro de mim...

Agimos certo sem querer

Foi só o tempo que errou

Vai ser difícil sem você

Porque você está comigo

O tempo todo

E quando vejo o mar

Existe algo que diz

Que a vida continua

E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui

O que posso é cuidar de mim

Quero ser feliz ao menos

Lembra que o plano

Era ficarmos bem...
Música linda, linda do Legião Urbana. Pensei em levá-la para trabalhar adjuntos adverbiais com uma turma, então copiei, colei, imprimi...
Entreguei a música para os alunos, liguei o DVD na escola e fiquei espantada com a reação deles. Como se eu tivesse levado uma coisa muito cafona,começaram a cochichar entre si. Alguns nunca tinham ouvido Legião. Perguntei entao se conheciam outros grupos como Paralamas, Kid Abelha, e nem responderam.
Pensei que o problema poderia ser o tempo. Ana Carolina? Balançaram a cabeça que não. Fiquei desesperada e tive curiosidade : O que vocês ouvem?? Responderam: Sorriso Maroto, Pixote, Jeito Moleque, Belo...
Perdi a voz, falei pra circularem os adjuntos adverbiais da música e fui dar uma volta, tomar um café na secretaria. Jogaram um balde d'água fria em mim.
Voltei à sala, revigorada. E conversei com eles sobre cultura, sobre como é bom conhecer coisas que não pertencem a nossa realidade, falei de artes e muitas outras coisas. Coloquei a música , ouviram e alguns até cantaram.
Fiquei surpresa e com pena, muita pena de ainda haver tantas pessoas que não têm acesso não só a músicas, mas à cultura em geral.
Vida de professor... ai,ai!!

domingo, 5 de abril de 2009

Plante árvores!!



Plante árvores e outras plantas onde puder - as plantas tiram o CO 2 do ar e liberam oxigênio;
Jamais queime lixo - A queima lança CO2 e hidrocarbonetos para a atmosfera.
Certifique-se de que seu carro está com o motor regulado - isto permitirá que ele funcione com maior eficiência e produza menos gases nocivos;
Troque suas lâmpadas incandescentes por fluorescentes. Lâmpadas fluorescentes gastam 60% menos energia que uma incandescente. Assim, você economizará 136kg de gás carbônico anualmente.
Limpe ou troque os filtros o seu ar condicionado Um ar condicionado sujo representa 158 quilos de gás carbônico a mais na atmosfera por ano.
Prefira eletrodomésticos de baixo consumo energético. Procure por aparelhos com o selo do Procel ou Energy Star (em importados).
Não compre o que não for necessário. Prefira produtos ambientalmente corretos;
Não deixe seus aparelhos em standby. Simplesmente desligue ou tire da tomada quando não estiver usando um eletrodoméstico. Em standby de um aparelho usa de 15% a 40% da energia consumida quando ele está em uso.
Descongele geladeiras e freezers antigos… se é que você ainda tem um! Considere trocar de aparelho. Os novos modelos consomem até metade da energia dos modelos mais antigos.
Troque seu monitor antigo por um de LCD. Além de ficarem mais bonitos e ocuparem menos espaço em sua casa, são muito mais econômicos.
Divulgue a idéia . Lembre-se também de sugerir para seus amigos a adoção destas práticas.
“Pensar globalmente. Agir localmente”
Outras medidas importantes:
- Não deixe uma torneira pingando e nem escove os dentes com a torneira aberta;
- Fique atento (a) ao tempo dedicado aos banhos;
- Na hora de varrer o quintal ou a calçada, use a vassoure e não a mangueira;
- Dê preferência aos alimentos da estação e, se possível, orgânicos;
- Tente aproveitar as sobras. Com os talos do agrião, por exemplo, se faz um ótimo refogado;
- Quando for às compras, leve sacolas plásticas ou bolsa que disponha em sua casa;
- Atenção à quantidade de luzes acesas em casa;
- Jogue pilhas e baterias nos postos de coleta;
- Use somente pilhas recarregáveis;
- Desligue monitor quando não utilizar seu computador por mais de 15 minutos;
- Desligue seu computador quando não estiver em uso;
- Imprima somente o necessário.

Perfume disfarça a hipocrisia?


Eram dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um coelhinho para os filhos. Os filhos do outro vizinho pediram um bicho para o pai. O homem comprou um pastor alemão.
Papo de vizinho: - Mas ele vai comer o meu coelho. - De jeito nenhum. Imagina. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, pegar amizade. Entendo de bicho. Problema nenhum. E parece que o dono do cachorro tinha razão. Juntos cresceram e amigos ficaram.
Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças, felizes. Eis que o dono do coelho foi passar o final de semana na praia com a família e o coelho ficou sozinho. Isso na sexta-feira. No domingo, de tardinha, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha. Trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado, sujo de terra e, claro, morto. Quase mataram o cachorro.
- O vizinho estava certo. E agora? - E agora eu quero ver! A primeira providência foi bater no cachorro, escorraçar o animal, para ver se ele aprendia um mínimo de civilidade e boa vizinhança. Claro, só podia dar nisso. Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora? Todos se olhavam. O cachorro chorando lá fora, lambendo as pancadas. - Já pensaram como vão ficar as crianças? - Cala a boca! Não se sabe exatamente de quem foi a ideia, mas era infalível. - Vamos dar um banho no coelho, deixar ele bem limpinho, depois a gente seca com o secador da sua mãe e colocamos na casinha dele no quintal. Como o coelho não estava muito estraçalhado, assim o fizeram. Até perfume colocaram no falecido. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas, como convém a um coelho cardíaco. Umas três horas depois eles ouvem a vizinhança chegar.
Notam os gritos das crianças, Descobriram! Não deram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta. Branco, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma. - O que foi? Que cara é essa? - O coelho...o coelho.... - O que tem o coelho? - Morreu!
Todos: - Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.. - Morreu na sexta-feira! - Na sexta? - Foi. Antes de a gente viajar as crianças o enterraram no fundo do quintal!
A história termina aqui. O que aconteceu depois não importa. Nem ninguém sabe. Mas o personagem que mais cativa nesta história toda, o protagonista da história, é o cachorro. Imagine o pobre do cachorro que, desde sexta-feira, procurava em vão pelo amigo de infância, o coelho. Depois de muito farejar descobre o corpo. Morto. Enterrado. O que faz ele? Com o coração partido, desenterra o pobrezinho e vai mostrar para os seus donos. Provavelmente estivesse até chorando, quando começou a levar pancada de tudo quanto era lado. O cachorro é o herói. O bandido é o dono do cachorro. O ser humano. O homem continua achando que um banho, um secador de cabelos e um perfume disfarçam a hipocrisia, o animal desconfiado que tem dentro dele. Julga os outros pela aparência, mesmo que tenha que deixar esta aparência como melhor lhe convier. Maquiada.
Coitado do cachorro. Coitado do dono do cachorro. Coitados de nós, animais racionais , que muitas vezes não passamos de completos irracionais...

Prontos para o voo



“Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do
voo.
Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado, só pode ser encorajado”.

Rubem Alves



Sorte pra essa turma aí!! Agora estão enfrentando a dura realidade da vida. O tempo de criança já se foi, os planos de ontem estão sendo colocados em prática.Muita força, muita garra. Espero que sejam felizes nos caminhos que escolherem. Acreditem na educação, pois nela está a chave para o sucesso de vocês.

sábado, 4 de abril de 2009




ARTE DE SER FELIZ

Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa, e sentia-me completamente feliz.
Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprova? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz.
Houve um tempo em que a minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava história. Eu não a podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que ouvisse, não entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, e às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu que não participava do auditório imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.
Houve um tempo em que a minha janela se abria para uma cidade que parecida feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e, em silêncio ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros, e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos: que sempre parecem personagens de Lope da Vega. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outras dizem que essas coisas só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

CECÍLIA MEIRELES - Escolha o seu sonho

VIOLÊNCIA, TV E CRIANÇA:
O COMEÇO DE UMA NOVA ERA. SERÁ?


Muita gente culpa os meios de comunicação por disseminar e incentivar, através de programas e notícias, a violência no mundo. A tevê então é a principal acusada deste malefício à sociedade.
Acontece que os meios de comunicação são considerados, por estas mesmas pessoas, como causa de alguma coisa e não reflexo e causa ao mesmo tempo, num processo interativo, como pessoalmente creio ocorrer. Quer dizer: a tevê não é a causa das coisas, das transformações, dos fatos. Não. Ela é veículo. É meio pelo qual as coisas, as transformações e os fatos chegam aos indivíduos.
Pois bem, é neste ponto que três temas passam a ser profundamente entrelaçados e discutidos, adquirindo a maior importância em qualquer sociedade: criança – violência e televisão.
As crianças, estas estão aí. No Brasil , sessenta por cento da população têm menos de vinte anos de idade, o que desde logo dá a devida magnitude do problema.
A violência também está aí mesmo. Com uma diferença: ao longo da história do mundo ela sempre esteve presente. Só que lá longe. Agora, graças aos meios de comunicação são as pessoas, em suas casas, as que estão presentes a ela. As gerações anteriores, para saber das guerras, ou as viam !idealizadas”, glamourizadas e heroicizadas no cinema, ou liam a respeito nos livros de história. Hoje, ninguém idealiza nada. Vê. Vê, via satélite. Não ouve falar dos horrores. Participa deles. Por outro lado, a violência aumenta em proporções assustadoras, tanto no resto do mundo como aqui bem perto, em cada esquina.
Pergunto eu: será só o incentivo à violência o resultado único desse processo de informação em escala mundial?
É preciso lembrar, por exemplo, que muito da campanha de opinião pública contra a guerra no Vietnã nos Estados Unidos deveu-se à cobertura instantânea da televisão. Nada é estático. O que divulga provoca também resistências. Hoje as pessoas deixaram de ter a violência como algo sempre distante, algo que “só acontece com os outros”. Todos estão ameaçados nesta bolota azul em que vivemos. Logo, repudiar a violência é tarefa comum.
Não é verdade, igualmente, que os meios de comunicação só disseminem a violência. Quem acompanha de boa-fé, assiste ao alerta diário destes meios contra todas as formas de violência e as ameaças de destruição tanto da terra quanto da espécie, no caso de persistirem as ameaças nucleares e as afrontas ecológicas.
Ninguém agüenta tensões prolongadas. A humanidade está podendo se ver a cada dia. Está podendo julgar e avaliar a que leva os seus desvarios. Está se conhecendo em seus máximos e em seus mínimos, em suas grandezas e em suas patologias, como nunca antes da televisão fora possível. Está secretando os anticorpos à violência e as atitudes necessárias a sua sobrevivência. Está consciente de que a ameaça é conjuntural. De que ou o homem se entende e redescobre o Direito estabelecendo seu primado, ou se aniquila: no macro do mundo ou no micro de cada comunidade.
E as crianças? Elas estão assistindo a tudo isso. Elas, por definição, são mais saudáveis, mais instintivas, mais purificadas. Ninguém vai lhes contar histórias sobre as guerras: elas as acompanharam. Sobre os atentados brutais: elas os vêem. E no segredo da sua psique, ainda plena dos instintos vitais, seguramente elaboram os mecanismos de defesa necessários à preservação da vida.
É analisando estes assuntos que me recordo de uma tese, estranha mas séria e digna de reflexão, de um amigo meu, médico, homem de idade, sabedoria e ciência. Diz ele que nunca como hoje a humanidade pôde conviver tão perto da loucura. Ela entra diariamente através dos noticiários, dos fatos e das imagens, enfim, da comunicação moderna. E acrescenta: só quando o ser humano aceitar conviver com seu lado louco ele começa a se aproximar da cura. Negar a loucura é tão louco quanto ela. Aceitá-la como dado desse eterno conflito em superação no caminho Absoluto que é o homem significa poder entrar em relação com a doença e só assim tratá-la, superá-la, dimensioná-la, aproveitar o fluxo de sua energia desordenada para a tarefa de reconstrução humana.
Desnecessário dizer que ele é psiquiatra. Como necessário é concluir o artigo dizendo: concordando ou não, sua tese merece reflexão. E perguntando com pavor: será mesmo necessário pagar um preço existencial tão alto para se ter esperança? Que ela venha com as crianças deste país que sei (por intuição) serão os pontais de uma civilização espiritualizada que há de emergir (já está começando) das cinzas da violência, se possível antes da generalização desta como única forma de resolver os conflitos e as diferenças entre os homens. Eros e Tanatos, sempre. Mas o amor é maior do que o ódio.

(Artur da Távola)


1) A idéia contida no primeiro parágrafo pode ser expressa também da seguinte forma:
( ) Apesar de não se aplicar à violência, os demais meios de comunicação divulgam e promovem a violência;
( ) Somente a televisão, entre os meios de comunicação, propaga e estimula a violência;
( ) É opinião do autor que principalmente a televisão noticia e difunde a violência;
( ) Segundo a opinião geral, a televisão, entre os meios de comunicação, é a grande responsável pela divulgação e estímulo à violência;
( ) Os meios de comunicação em geral, mais do que a televisão, prejudicam a sociedade, informando e expandindo a violência.

2) Por que, no Brasil, o problema da criança diante da violência veiculada pela televisão é mais grave que em outros países?

3) “A violência também está aí mesmo” (linha 14). A palavra sublinhada se refere:

( ) Ao Brasil;
( ) À televisão;
( ) A todos os lugares;
( ) Aos noticiários;
( ) Às guerras atuais.

4) Segundo o autor, no quinto parágrafo, a violência sempre existiu. Explique, com suas palavras, a diferença de épocas passadas para os dias de hoje:

5) “Está secretando os anticorpos à violência” (linha 37) . Com a palavra sublinhada, o autor quer transmitir uma idéia de:
( ) Defesa;
( ) Ataque;
( ) Destruição;
( ) Correção;
( ) Conservação.

Dúvidas??


1ª) O musse OU a musse?

Tanto faz. As palavras de origem francesa, geralmente, são femininas: a musse, a omelete, a fondue, a toalete, a quiche…
A verdade é que muitas “se masculinizaram”: o omelete, o fondue… Há aqueles que nos deixam em dúvida. Não sabemos se vamos “à toalete” ou “ao toalete”.
As mais recentes edições dos dicionários Aurélio, Houaiss e Caldas Aulete já consideram a maioria dessas palavras de dois gêneros: o/a omelete, o/a toalete, o/a fondue, o/a musse…
O que podemos observar são algumas preferências: o omelete e o fondue, mas a musse.


2ª) Um grama ou uma grama?

A palavra GRAMA é feminina quando nos referimos ao vegetal, à relva:

“Sentou-se na grama molhada”; “A grama ainda não foi cortada”.
Aprendemos na escola que a palavra GRAMA, quando se refere a massa (unidade usada para indicar peso), é masculina como tantas outras de origem grega: o problema, o estratagema, o teorema, o trema. Assim sendo, deveríamos dizer “duzentos gramas”.
A realidade lingüística brasileira tem nos mostrado uma fortíssima tendência: devido ao “a” final, o uso de grama como se fosse feminina (“duzentas gramas”). É importante lembrar que esse fato, que se justifica na lingüística moderna, não é aceitável em nossos concursos.
É interessante observar que ninguém discute o gênero de quilograma (mil gramas). Todos dizem “dois quilogramas” ou simplesmente “dois quilos”. É masculino e pronto.
O caso de tonelada também é indiscutível. É feminino: “duas toneladas”.



3ª) “Comemorou muito a vitória da equipe verde e branco do Parque Antártica”?O Palmeiras é verde e branco, mas a equipe é verde e BRANCA. É uma questão de concordância nominal.
A camisa é feminina, por isso é verde e branca, verde e amarela, rubro-negra, azul-clara, vermelha e branca.
O Salgueiro é vermelho e branco, mas as cores do Salgueiro são vermelha e branca.


4ª) Qual é o feminino de CHEFE? Há duas opções: a chefe OU a chefa.
A forma “chefa” só é usada informalmente. Isso significa que é melhor usar a forma comum dos dois gêneros (o chefe/ a chefe): “Ela é a nossa chefe”.


5ª) DOIS ou DUAS milhões de cartas deixam de ser entregues?O substantivo MILHÃO é masculino. Em razão disso, a concordância dos adjetivos, dos artigos e dos numerais deve ser feita no masculino: “DOIS MILHÕES de cartas deixam de ser entregues”.


6ª) SEUS ou SUAS milhares de fãs?O substantivo MILHAR, como no caso anterior, é masculino. Em razão disso, devemos dizer “SEUS milhares de fãs”, mesmo que sejam somente mulheres.


7ª) Ela é MEU ou MINHA cônjuge?CÔNJUGE é um substantivo masculino. É sobrecomum: pode ser o esposo ou a esposa. Assim sendo “Ela é MEU cônjuge”.


8ª) Ela é MEU ou MINHA sósia?SÓSIA é substantivo de dois gêneros: MEU sósia é homem e MINHA sósia é mulher; portanto “Ela é MINHA sósia”.


9ª) Qual é o feminino de VOYEUR?VOYEUR vem do francês. É aquele que experimenta o voyeurismo. Segundo o dicionário Aurélio, é “excitação sexual ao observar a cópula praticada por outros, ou simplesmente ao ver os órgãos genitais de outrem”.
O dicionário Houaiss acrescenta, por extensão, uma segunda acepção: “forma de curiosidade mórbida com relação ao que é privativo, privado ou íntimo (o voyeurismo invasor de alguns internautas)”.
O feminino é VOYEUSE.

Teste seus conhecimentos!!
Assinale a opção que completa corretamente as lacunas das frases abaixo:
1ª) “Mandou tirar ____ alface da salada”;

2ª) “Usou _________ dinamites”;

3ª) “Ele estava preocupado com _____ libido”;



a) o / vários / seu;

b) a / vários / sua;

c) a / várias / sua;

d) o / várias / seu;

e) o / várias / sua.

Como foram escolhidos os nomes dos meses?




O calendário que usamos hoje é uma evolução do antigo calendário romano, no qual vários meses foram batizados com nomes de deuses pagãos. O primeiro calendário romano, criado no século 8 a.C., tinha só dez meses e ia de março a dezembro. Ainda no mesmo século foram acrescentados janeiro e fevereiro, ajustando o calendário ao ano lunar padrão, com 355 dias. Nessa época os 12 meses já haviam sido batizados com praticamente todos os nomes que usamos hoje. As exceções foram julho e agosto, que receberam esses nomes centenas de anos depois – entre os séculos 1 a.C. e 1 d.C. – quando o calendário romano já havia sido adaptado ao ano solar, com 365 dias.


DOS DEUSES AOS MORTAIS

Os líderes romanos Júlio César e Augusto foram os últimos a ser homenageados no calendário JANEIRO O nome deriva de Jano (Ianuarius, em latim), deus romano com duas faces e espécie de “porteiro celestial”. A palavra latina ianua significa “porta”, e o mês de janeiro representa justamente a entrada para um novo começo, um novo ano.


FEVEREIRO O termo vem do latim februmm, que significa “purificar”. Baseado também em um ritual de purificação romano, chamado februa, que acontecia sempre no 15º dia desse mês no antigo calendário criado pelos romanos.


MARÇO A inspiração foi o deus da guerra, Marte – o nome do mês era martius, quando março abria o ano no primeiro calendário romano. No hemisfério norte, esse período corresponde ao início da primavera, época boa para o começo de campanhas militares.


ABRIL Existem duas versões mais aceitas. Uma é que o mês vem de aperire, “abrir” em latim, o que lembraria a primavera e o desabrochar das flores. A outra versão vem de uma comemoração sagrada, aprilis, feita em nome de Vênus, deusa do amor


MAIO Nome baseado em comemorações que honravam duas deusas romanas identificadas com a primavera e com o crescimento de plantas e flores, Maia e Flora. As celebrações ocorriam no primeiro dia desse mês.


JUNHO Outro mês com divergências sobre a origem do nome. Uma versão aponta que seria uma homenagem a Juno, deusa romana protetora da família e dos partos. Outra teoria diz que deriva do nome de um clã romano chamado Junius.


JULHO No primeiro calendário romano, era chamado de quintilis, pois era o quinto mês do ano. Séculos depois, no ano 44 a.C., foi rebatizado em homenagem ao grande líder romano Júlio César (Julius Caesar, em latim), que fora assassinado.


AGOSTO Como era o sexto mês do ano no velho calendário romano, recebia o nome de sextilis. Também foi rebatizado para homenagear outro grande líder, Augusto, que se tornou o primeiro imperador romano.


SETEMBRO A DEZEMBRO Para esses meses faltou inspiração... Setembro vem de septem, que significa “sete”; outubro, de octo (“oito”), e assim por diante. Ou seja, eles conservaram no nome a mesma posição que tinham no primeiro calendário romano.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Reforma Ortográfica


Acentuação dos ditongos das palavras paroxítonas


Some o acento dos ditongos (quando há duas vogais na mesma sílaba) abertos éi e ói das palavras paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba mais forte):
idéia ideia
bóia boia
asteróide asteroide
Coréia Coreia
platéia plateia
assembléia assembleia
heróico heroico
estréia estreia
paranóia paranoia
Européia Europeia
apóio apoio
jibóia jiboia
jóia joia

ATENÇÃO! As palavras oxítonas como herói, papéis, troféu mantêm o acento.
Acento circunflexo em letras dobradas

Desaparece o acento circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo (ou ôos):
crêem creem
lêem leem
dêem deem
vêem veem
prevêem preveem
enjôo enjoo
vôos voos
Acento agudo de algumas palavras paroxítonas
Some o acento no i e no u fortes depois de ditongos (junção de duas vogais), em palavras paroxítonas:
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura

ATENÇÃO! Se o i e o u estiverem na última sílaba, o acento continua como em: tuiuiú ou Piauí
Acento diferencial
Some o acento diferencial (aquele utilizado para distinguir timbres vocálicos):
pêlo pelo
pára para
pólo polo
pêra pera
côa coa

ATENÇÃO! Não some o acento diferencial em pôr (verbo) / por (preposição) e pôde (pretérito) / pode (presente). Fôrma, para diferenciar de forma, pode receber acento circunflexo
Acento agudo no u forte

Desaparece o acento agudo no u forte nos grupos gue, gui, que, qui, de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar:
averigúe averigue
apazigúe apazigue
ele argúi ele argui
enxagúe você enxague você

ATENÇÃO! As demais regras de acentuação permanecem as mesmas.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A vida, o tempo




Você não precisa atropelar a vida, acelerar os dias, ultrapassar o tempo, aliás, nada disso é possível. O tempo tem seu tempo de acontecer e tudo o que for acontecido fora de seu desígnio certamente não será nem proveitoso nem seu, mas pertencerá a um despropósito que redundará em atrapalho lá na frente. As coisas só podem acontecer no seu tempo, assim como a flor desabrocha depois da dormência das estações. Adiantar os fatos, antecipar o que ainda nem é certo e desconhecido, tudo conspira negativamente em seu viver. Assim sendo, sente-se à beira da estrada, pero sem acomodar-se, e aguarde o seu tempo, espere suas manhãs, aprecie, enquanto ele não chega, a paisagem que se descortina diante de seus olhos, pensando que agora sim é o tempo para isso, e tudo o mais virá quando ele, o senhor tempo, determinar que assim será.
A vida vem em ondas, enrodilhada de ciclos. A vida e seus ciclos mostram, em cada um deles, o prazer e a delícia de ser naquele exato momento o que nos cabe ser. E provar e se lambuzar de cada um deles, a seu tempo e espaço, eis a delícia caramelizada de sabiamente saber viver.

Bonecas de verdade





Quando pequena, gostava de acariciar meus bebês de mentira o dia todo.Imaginava mil e uma situações, levava-os ao médico, porque tinham febre e nem ousava esquecer de checar a temperatura corporal - alguns adoeciam e ficavam internados em estado gravíssimo. Brinquei de boneca até uns onze anos, sempre imaginando como e quando os meus bebês de verdade chegariam.

Fui mãe muito jovem e acho que foi bom pra mim que tudo tenha acontecido da forma como foi. Às vésperas dos meus vinte e um anos, já tinha minha filhota nos braços. Muita responsabilidade chegou com ela, noites e noites em claro também, mas nunca me arrependi de tê-la comigo. Minhas filhas me deram a coragem que precisava para enfrentar a vida. Com elas, aprendi a vencer desafios, a não ter medo, ser forte.

Esse é o único amor que é pra sempre, não diminuiu,mas se fortalece dia após dia. Apesar da correria, do tempo curto, sempre encontramos o nosso momento. Claro que vejo muitos defeitos em mim ,mas nada que nos atrapalhe a experimentar as delícias do mais puro sentimento humano.

Porque eu me imaginava mais forte





Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu queria amar o que eu amaria - e não o que é. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim.Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente.Talvez eu tenha que chamar de "mundo"esse meu modo de ser um pouco de tudo. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário(...). Eu que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu."









Clarice Lispector












Lindo o texto

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Quando os fracassos são bem sucedidos





Já pensei inúmeras vezes em desistir quando as coisas não deram certo pra mim. Tentei trocar os planos, tentei esquecer da vida.Nunca encarei a derrota como algo saudável, não via possibilidade de crescimento com a queda.Mas,os anos passam e ainda bem que passam. Percebi que perder faz parte da vida. Saber perder, saber chorar e encontrar um caminho para recomeçar estava em mim e eu não sabia .Enfrentar a derrota honestamente,não falsificar o sucesso,explorar o fracasso, não o desperdiçar - aprender com ele.Nós não podemos recuperar o tempo perdido nem reparar todos os erros do passado, embora devamos procurar fazê-lo.

Aprenda a ser feliz!!

Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores. Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida. Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo. Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina... Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava. O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia. Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.Em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes. Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes. Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos. Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir. Tenha a coragem e a visão que o urso não teve. Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. Solte a panela!